Por : Ribamar Maranhão
Tornou-se comum na classe política a tática de colar na imagem de quem é bom político. No auge da popularidade do presidente Lula, caravanas de prefeitos dos mais de 5 mil municípios brasileiros chegavam a Brasília para fotos ao lado do ex-metalúrgico.
Às vésperas das eleições majoritárias de 2014, o projeto de poder do comunista Flavio Dino começa a naufragar. O empenho para eleger o inexperiente Edivaldo Holanda Junior foi muito alto. Para quitar a dívida com a população da capital, um choque de gestão seria ainda insuficiente. Antes mesmo de terminar o primeiro mandato na Prefeitura, já se cogita o fim do casamento político entre Dino e Holandinha, sem lua de mel com o povo. A promessa de “mudança” no altar não passou de uma mentira deslavada que dificilmente surtirá efeito durante a campanha eleitoral do presidente da Embratur ao Governo do Maranhão. Holanda Junior deverá encerrar o ano com mais de 60% de rejeição em São Luís.
Agora um previsível dilema começa a surgir. Dino, que nunca quis colar na imagem desgastada do padrinho Zé Reinaldo, ouve o próprio patrocinador aconselhar que ele não deve colar em Holandinha. Um papelão! O fiasco da administração HolanDINO, com exonerações e suspeitas de irregularidades envolvendo até indicados do PCdoB, tornou-se um retrato de como o grupo de Flavio Dino governa. O drama eleitoral resume-se ao fato de que se ficar com Holandinha, o bicho pega. Se fugir, Dino vai demonstrar, publicamente, sua fragilidade política.
Somando a este cenário sombrio há o arco de alianças de Flavio Dino, que não tem musculatura para alargar os passos em 2014. Com o PDT fracionado e parte original dele alojada no PPS revigorado, a candidatura do comunista vai precisar do PSDB. Os tucanos, por sua vez, já estão divididos, tendo o prefeito da segunda maior cidade do Estado, Sebastião Madeira, como forte aliado de Luis Fernando, com vínculo na parceria de obras e serviços ao povo imperatrizense. O ex-prefeito de São Luís, João Castelo, não deve compor com Dino, um adversário que achincalhou sua administração e sua vida pública.
O resumo da ópera-bufa é que a política, definitivamente, não é atividade para amadores e irascíveis.
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